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terça-feira, 7 de maio de 2024
sexta-feira, 2 de junho de 2017
sábado, 31 de dezembro de 2016
por aí (escrito em algum momento de 2015 pós-martin)
com ajuda do clima, pedido da nutricionista e insistência do marido começaram as nossas caminhadas, minhas e de martin. quanto mais me recupero da gravidez e do trabalho de parto conseguimos distâncias maiores e chegamos um pouquinho mais longe de casa.
essas andanças, mais intensas em caminhos regulares, e mais leves em lugares acidentados e onde se tem mais coisas para ver, fazem meus pensamentos terem uma horinha de recreio. posso ficar sem foco, e sem peso na consciência por isso. tem horas que lembro da postura, contraio o abdômen e aperto o passo, outras que me pego mais lenta olhando uma árvore mais esquisita ou bisbilhotando a janela do apartamento de alguém (fechem as cortinas!!!).
as vezes decido passar por uma rua comercial. perto de casa essas ruas são ocupadas por uma maioria de restaurantes, então não há muito para se ver. mas hoje entrei na fundação athos bulcão, onde eu sempre passava de carro, rápido, olhando, sem chance de parar. muito legal ver suas obras e ver uma lojinha sortida de objetos tentadores com sua 'marca'. fiquei triste por ser um lugar tão difícil para um cadeirante chegar... o comércio da 404 é impossível ser percorrido continuamente: muitos desníveis, e mesmo os rampados tem inclinações muito acentuadas.
mas a cada passeio fico impressionada como brasília é linda. uma delícia ter tanto verde em volta. martin é rapidamente hipnotizado pelas árvores e adormece nos primeiros 5 minutos. nem as trepidações do carrinho o acordam. pilotar um carrinho de bebê é bem desafiador por aqui. a natureza invade as calçadas, raízes levantam as placas de concreto, mas se fosse só isso tava bonito. temos muitas calçadas quebradas e trechos sem elas, e infelizmente o caminho mais acessível acaba sendo as ciclovias da cidade, recém executadas. diferente de alguns pedestres distraídos, tento ir no cantinho, sempre atenta ao trânsito das bicicletas, mas constatei que o caminho mais acessível para elas acaba sendo a faixa de rolamento dos carros.
fico feliz em poder morar nesse imenso jardim, me sinto segura aqui também. a herança de 5 anos de fortaleza foi a paranóia com a segurança, tenho olhos atrás da cabeça, e isso me faz reparar que temos cada dia mais moradores de rua e pessoas a vagar pela cidade. antes eram nossos conhecidos, como a senhora magra, elegante, de cabelos brancos que vaga por aí com muitos livros na mão, o cara, hoje senhor, negro com um pano na cabeça que anda mais lá pra cima nas 300, o cara grandão de casaco camuflado que pede dinheiro no sinal da L2, que nos dias de calor estava irreconhecível de bermuda e regata. mas são tantos que não dá mais para identificar todos.
temos também os grupos! os meninos do cesas que fumam maconha debaixo do meu prédio, as crianças do bloco C, as velhinhas do pão de açúcar, e os sequestradores relâmpago que vagam atrás de uma vítima. mas me fio na certeza que ninguém vai pegar meu bebê e sair correndo, pois é a única coisa de valor que carrego nas caminhadas. então vou tranquila.
"bom dia" é um artigo raro! não que eu saia dando uma de 'titio avô' (piadinha para iniciados), mas quando você faz contato visual é de bom tom soltar um cumprimento, mas raras são as pessoas que respondem. e de manhã cedo tem muita gente na rua: indo a pé ou de bicicleta para o trabalho, para escola, velhinhos e crianças tomando sua dose de sol, mas muito pouca gente disposta a olhar para o meu rosto e dar bom dia!
nunca gostei de caminhadas, esse negócio de andar para lugar nenhum e voltar como um bumerangue para casa, só para se exercitar é muito chato. mas passando tanto tempo em casa, a caminhada com a máscara de levar o bebê para passear está sendo quase a melhor hora do dia, só perdendo para o momento que consigo tomar banho!
essas andanças, mais intensas em caminhos regulares, e mais leves em lugares acidentados e onde se tem mais coisas para ver, fazem meus pensamentos terem uma horinha de recreio. posso ficar sem foco, e sem peso na consciência por isso. tem horas que lembro da postura, contraio o abdômen e aperto o passo, outras que me pego mais lenta olhando uma árvore mais esquisita ou bisbilhotando a janela do apartamento de alguém (fechem as cortinas!!!).
as vezes decido passar por uma rua comercial. perto de casa essas ruas são ocupadas por uma maioria de restaurantes, então não há muito para se ver. mas hoje entrei na fundação athos bulcão, onde eu sempre passava de carro, rápido, olhando, sem chance de parar. muito legal ver suas obras e ver uma lojinha sortida de objetos tentadores com sua 'marca'. fiquei triste por ser um lugar tão difícil para um cadeirante chegar... o comércio da 404 é impossível ser percorrido continuamente: muitos desníveis, e mesmo os rampados tem inclinações muito acentuadas.
mas a cada passeio fico impressionada como brasília é linda. uma delícia ter tanto verde em volta. martin é rapidamente hipnotizado pelas árvores e adormece nos primeiros 5 minutos. nem as trepidações do carrinho o acordam. pilotar um carrinho de bebê é bem desafiador por aqui. a natureza invade as calçadas, raízes levantam as placas de concreto, mas se fosse só isso tava bonito. temos muitas calçadas quebradas e trechos sem elas, e infelizmente o caminho mais acessível acaba sendo as ciclovias da cidade, recém executadas. diferente de alguns pedestres distraídos, tento ir no cantinho, sempre atenta ao trânsito das bicicletas, mas constatei que o caminho mais acessível para elas acaba sendo a faixa de rolamento dos carros.
fico feliz em poder morar nesse imenso jardim, me sinto segura aqui também. a herança de 5 anos de fortaleza foi a paranóia com a segurança, tenho olhos atrás da cabeça, e isso me faz reparar que temos cada dia mais moradores de rua e pessoas a vagar pela cidade. antes eram nossos conhecidos, como a senhora magra, elegante, de cabelos brancos que vaga por aí com muitos livros na mão, o cara, hoje senhor, negro com um pano na cabeça que anda mais lá pra cima nas 300, o cara grandão de casaco camuflado que pede dinheiro no sinal da L2, que nos dias de calor estava irreconhecível de bermuda e regata. mas são tantos que não dá mais para identificar todos.
temos também os grupos! os meninos do cesas que fumam maconha debaixo do meu prédio, as crianças do bloco C, as velhinhas do pão de açúcar, e os sequestradores relâmpago que vagam atrás de uma vítima. mas me fio na certeza que ninguém vai pegar meu bebê e sair correndo, pois é a única coisa de valor que carrego nas caminhadas. então vou tranquila.
"bom dia" é um artigo raro! não que eu saia dando uma de 'titio avô' (piadinha para iniciados), mas quando você faz contato visual é de bom tom soltar um cumprimento, mas raras são as pessoas que respondem. e de manhã cedo tem muita gente na rua: indo a pé ou de bicicleta para o trabalho, para escola, velhinhos e crianças tomando sua dose de sol, mas muito pouca gente disposta a olhar para o meu rosto e dar bom dia!
nunca gostei de caminhadas, esse negócio de andar para lugar nenhum e voltar como um bumerangue para casa, só para se exercitar é muito chato. mas passando tanto tempo em casa, a caminhada com a máscara de levar o bebê para passear está sendo quase a melhor hora do dia, só perdendo para o momento que consigo tomar banho!
2016-2017
Acho boa essa sensação de segunda-feira. Uma nova chance de rever e recomeçar.
Não posso xingar 2016. Aconteceu muita coisa! Muita coisa feia e esquisita, e muita coisa legal e igualmente esquisita.
Pra uma capricorniana com ascendente em capricórnio, eu me superei, estou orgulhosa!
MUDEI planos de última hora;
RASGUEI listas;
DESAPEGUEI forte;
ENFRENTEI meus medos.
Constatei que quando a gente está numa situação complicada a gente tem agradáveis surpresas em relação às pessoas e outras nem tão agradáveis assim. Muitas lições sobre amizade e como essa palavra tem definições muito diferentes pra cada pessoa.
Eu amo estar na minha zona de conforto, mas ao mesmo tempo ela me incomoda. Dentro dela tenho a eterna sensação estou perdendo a festa! Mas em busca dela que eu sempre estou. E a cada busca bem sucedida vem uma enorme satisfacao!
O que eu posso dizer sobre como me sinto nesse exato momento é que estou tentando me sentir em casa numa barraca de camping... e estou consguindo! E o fato de não saber o que vai acontecer daqui a 2 meses e se vou ter que acionar o plano B ou C ou criar um novo plano, não me angustia!
Que venha amanhã!!!
Não posso xingar 2016. Aconteceu muita coisa! Muita coisa feia e esquisita, e muita coisa legal e igualmente esquisita.
Pra uma capricorniana com ascendente em capricórnio, eu me superei, estou orgulhosa!
MUDEI planos de última hora;
RASGUEI listas;
DESAPEGUEI forte;
ENFRENTEI meus medos.
Constatei que quando a gente está numa situação complicada a gente tem agradáveis surpresas em relação às pessoas e outras nem tão agradáveis assim. Muitas lições sobre amizade e como essa palavra tem definições muito diferentes pra cada pessoa.
Eu amo estar na minha zona de conforto, mas ao mesmo tempo ela me incomoda. Dentro dela tenho a eterna sensação estou perdendo a festa! Mas em busca dela que eu sempre estou. E a cada busca bem sucedida vem uma enorme satisfacao!
O que eu posso dizer sobre como me sinto nesse exato momento é que estou tentando me sentir em casa numa barraca de camping... e estou consguindo! E o fato de não saber o que vai acontecer daqui a 2 meses e se vou ter que acionar o plano B ou C ou criar um novo plano, não me angustia!
Que venha amanhã!!!
segunda-feira, 18 de abril de 2016
38 semanas e o nascimento de martin (senta que lá vem a história)
e eu dizendo que desde as 32 estava alerta, mas no fundo achando que ia até o final.
dizia que estava preparada, mas não estava.
queria parto normal, mas tava morrendo de medo.
e assim foi até o fim, começo.
na quarta-feira tivemos pré-natal. estava sentido um leve incomodo mais "embaixo", mas ao examinar o bb ainda estava "alto", dilatação 0, deveria chegar lá para o final do mês, liberadíssimos para ir ao casamento na sexta-feira.
mas apesar de tudo estava bem, me sentindo super bem, acho que melhor que todo o resto da gravidez.
na quinta-feira pedi um abono para o dia seguinte para 'acabar' (ãrrã) de resolver os preparativos para o nascimento do bebê. na massagem pedi para tiana caprichar na perna porque afinal de contas já estava nascendo e não havia necessidade de tanta cautela. em seguida, nos encontramos com a noiva. eu disse estar sentindo umas pontadas, mas estaria no casamento, "nem que seja para fazer minha última refeição". a mãe da noiva constatou que no dia seguinte teria mudança de lua, mas eu só tinha checado as mudanças mais para o final do mês. fui dormir com um leve cólica.
na sexta-feira acordei as 5 e pouco com uma cólica intestinal, as 6 e pouco constatei que a cólica ia e vinha. comecei a contar os intervalos que variavam de 10 a 16 minutos. irregular, pensei eu. alguma coisa acontecendo, mas sem botar fé... liguei para médica, que pediu que eu fosse ao consultório. tomei café e banho caprichado, calmamente, acho que por volta das 10 e pouco.
na consulta ela me examinou e constatou dilatação 2 cm e colo 'esvaecido', seja lá o que isso significava, a ficha foi caindo. parei de falar quando tive outra cólica e a barriga endureceu, "contração mesmo, ainda mais quando para de falar na hora", disse ela rindo! "de hoje não passa."
como eu estava aguentando bem, pedi para resolver coisas na rua, arrumar mala e coisas assim. tinha um pouco de medo de ficar horas e horas em trabalho de parto num quarto de hospital. ela liberou, mas com um ar desconfiado. isso já era umas 11h e pouco da manhã.
fui pra rua comprar a fantasia do tito para a desfile da colônia de férias. as contrações pioraram e decidi ir para casa almoçar, arrumar a minha mala (a do bb tava pronta) e relaxar, ver um pouco de tv, etc.
em casa fiz quase tudo isso... a casa encheu, titio, titia, sobrinhos. mandei tito para colônia de férias sem muito alarde e comecei a arrumar a mala... e as contrações aumentando. voltei a calcular o intervalo e de repente ficaram tão pouco espaçadas que não conseguia mais contar. mala pronta, sem vontade de almoçar e todo mundo dentro do meu quarto querendo dar um força. crianças entravam e saiam meio assustadas, minha cunhada fazia silêncio a cada dor, minha mãe brincava com a pequena para distrai-la, meu irmão falava sobre assuntos diversos para tentar mudar meu foco, meu pai ia e vinha querendo saber da evolução do processo, e a faxineira olhava para mim e dizia: tá doendo né!
nesse cenário percebi que: 1. eu não conseguiria almoçar - 2. eu não conseguia mais conversar - 3. achar que ia relaxar e ver tv era uma inocência - 4. a médica tinha ligado para saber de mim mais de uma vez, então ficou claro que devia correr para o hospital.
fomos correndo por volta das 15h, e entre uma contração e outra eu ligava para a médica, mandava recados para família e amigos pelo zap zap avisando que o trabalho de parto havia começado.
no hospital tivemos a brilhante ideia do zeca me deixar na porta e estacionar. desci sozinha e olhei para a ponto que devia chegar, parecia a maior distância que teria que vencer na vida. achei que ia deitar no chão durante a contração, mas cheguei. a atendente perguntou se eu estava em trabalho de parto, e teve a resposta assim que olhei para ela. disse que eu devia ter dado entrada no ambulatório "bla bla bla whiscas sache" e só disquei para dra. e passei o celular para ela. imediatamente ela conseguiu um quarto e uma cadeira de rodas. em algum momento durante a papelada zeca chegou e acabou de resolver. lá fomos nós passear de cadeira de rodas com contração, fechei o olho, tentei respirar e não quebrar a cadeira de rodas, e digo que foi outro caminho longo.
no quarto achei que deveria tirar meu macacão e colocar um vestido, pensando na rotina de ser examinada mais de uma vez, mas o intervalo entre uma contração e outra foi tão pequeno que a troca foi praticamente uma missão impossível. tenho que registrar que no intervalo é como se nada tivesse acontecendo, a dor desaparece sem deixar vestígios, muito louco. no primeiro 'toque' (dilatação 4), que foi junto com uma contração, me fez chorar de dor, já pedi uma analgesia e a minha adorada médica foi uma fofa explicando o que era analgesia e me perguntando se eu realmente a queria! então em menos de 5 minutos tive que trocar de roupa de novo. coloquei a bela camisola do hospital e me mandaram para o centro cirúrgico... sim, o parto normal é feito no centro cirúrgico também. digo isso porque quando zeca avisou que íamos para lá, alguns acharam que tinha evoluído para uma cesárea.
na minha cabeça eu me concentrava em: inspirar como se fosse mergulhar na piscina e expirar como se fosse apagar uma vela (li isso em algum lugar), não gritar para não gastar energia (alguém me deu essa dica, acho que foi a fernanda guimarães), fechava os olhos e segurava firme onde quer que eu estivesse. eu empurrava e puxava com tanta força as alças da cama, que fiquei com medo de quebrá-la e ter que ressarcir o hospital depois. a dor chegou a um nível tão absurdo que quase perdi o controle, mas impressionante foi que quando zeca, ou alguém segurava meu braço ou minha perna dava um conforto enorme e conseguia voltar ao controle da situação.
nesse meio tempo a galera lá de casa estava dividida entre: colônia de férias, salão de beleza, outros em casa esperando notícias, outros no avião vindo para o casamento de logo mais a noite. insisti para que todos fossem ao casamento e continuassem a arrumação para isso, porque como eu queria um parto normal, imaginei que fosse ficar em trabalho de parto no quarto do hospital, e não achava uma boa ideia uma galera olhando para minha pessoa semi-nua morrendo de dor. mas o fato é que nem no quarto ficamos. para amenizar a distância, zeca ficava mandando mensagens em tempo real para minha mãe, mas no fim do dia, descobrimos que inacreditavelmente o celular dela não estava recebendo mensagens a tarde inteira. humpf...
no centro cirúrgico só pensava em quantas contrações ainda teria até o anestesista agir. não conseguia me mexer. estava toda 'embolada' na cama agarrada na alça e foi muito difícil me sentar. o anestesista demorou para conseguir 'acertar' e eu obedecendo todos os comandos de me curvar e não me mexer. quando finalmente ele terminou, disse que eu podia me deitar novamente, mas ainda não conseguia me mexer de tanta dor... que foi passando calmamente até eu conseguir deitar bem relaxada e pensar seriamente em tirar uma soneca. a dor SUMIU!!! isso é provavelmente um dos maiores avanços da ciência, uma medicação banir completamente a dor insana de uma pessoa.
nota 1: naquela hora largava fácil o zeca para casar com o gordinho da anestesia.
nota 2: meu pretendente alertou que o 'acesso' ficaria ali caso evoluísse para uma cesárea, era só aumentar a dose.
nota 3: até esse momento eu tinha certeza que ia rolar algum 'xabú' e a cesárea seria feita. e depois de toda aquela dor, até desejei que isso acontecesse logo, mas não ousei externar essa ideia e nem reclamar da dor em voz alta, só em pensamento, para não dar o braço a torcer.
sem dor (dilatação 6) pedi para dar uma cochilada. "ok, você tem 15 minutos para descansar e depois vamos 'treinar' a força". achei 15 pouco, mas o suficiente para dormir profundamente, delícia. o quarto tava escurinho para o bebê, tava quentinho para o bebê, tava silencioso para o bebê, só eu, zeca e a médica (quando ela saia uma enfermeira ficava no lugar) e o bercinho esperando 'o bochecha' (que era como eu estava o chamando por causa das ecografias que mostravam muita bochecha... e porque ele não tinha nome ainda). para melhorar minha médica trouxe um sonzinho e colocou uma musiquinha. pausa para elogiar todo hospital e equipe: não fiz plano de parto, não exigi nenhuma dessas condições, apesar de ter lido tudo sobre um parto "humanizado ideal", só conversei muito com minha médica sobre querer um parto normal e tirar dúvida sobre tudo que eu lia por aí (episio, humanização, natural, em casa, cordão pulsando, bebê direto no meu colo, analgesia, trabalho de parto) e ela sempre me esclarecia como trabalhava, e sempre me identifiquei com a maneira que colocava as situações e possíveis decisões.
naquele outro momento conseguia olhar em volta, ver onde estava, observar que não tinha cara de 'centro cirúrgico', tinha um quadro com possíveis posições para parir, tinha uma bola e uma cadeira. após me 'ensinar' como poderia fazer a força na cama, me disse que podia fazer como eu quisesse e escolhi ficar ali, estava bem confortável. então veio o pânico por desconfiar que ela estava realmente considerando o parto normal. li tanta coisa por aí, que mesmo confiando nela, achei que ia me 'passar a perna' e fazer uma cesárea. perguntei se o bebê ia nascer com um cucurutu na cabeça, ela disse que não porque não estava encaixado, que a gente precisava estourar a bolsa para ele descer. e assim foi feito: força aprendida, bolsa estourada (dilatação 8), ela sugeriu um pouco de ocitocina para que eu voltasse a sentir a contrações que só eram percebidas agora quando a barriga ficava dura, e era importante eu sentir para fazer força na hora certa. "ok, mas vou sentir aquela dor de novo?" - não. mas senti outra dor... a dor de cólica menstrual elevada a milésima potencia deu lugar a uma dor na lombar (li sobre tudo e tava sentindo falta dela mesmo). achei que era da posição, mas rapidamente identifiquei o sintoma, e junto com a força que estava fazendo entrei na fase de expulsão.
detalhes sórdidos (se não quer saber, pule essa parte) comecei a fazer força com a médica ajudando o bebê a descer com a mão na minha barriga. e foi quando ela pediu licença para atender um telefonema e eu ouvi: "estou com dilatação 9 aqui, mamãe jajá estará em casa, filha", caiu a ficha que definitivamente seria um parto pelas vias normais!
a força era igual a tentar fazer um cocô mega master que precisa sair e não sai, e quando estava tímida com esse pensamento ela sugeriu "imagine que você está num deserto, onde a pessoa mais próxima está a milhares km de distância e você precisa fazer um cocozão!" comando muito acertado porque é muito fácil fazer a força errada, e estava fazendo força na garganta, seja lá como isso for.
mas eu já estava desanimando, achando que não estava adiantando nada, quando ela avistou a cabeça, daí eu me animei, arranquei toda roupa... eu não suo normalmente, mas lembro de voar gotas de suor do meu rosto. eu não gritava, só respirava, mas depois vendo os videos minha respiração eram urros... e eu achei que estava simplesmente respirando e fazendo força...
...e numa ultima força ele nasceu: um bebê minhom desbochechado: "você quer pegar ele? pele a pele?" não sei se respondi que sim ou se estiquei os braços e recebi meu presente lambrecado que só deu 3 gritos de choro até que me viu. ficou me encarando, analisando meu rosto numa atenção surreal por mais de 10 minutos. a pediatra veio até a mim dizer que não ia tirá-lo do meu colo porque era mais importante ele estar ali do que ser medido e pesado (mais palmas para a equipe). a médica mandou eu continuar respirando porque ele ainda estava ligada a placenta. assim eu fiz... e fui me acalmando... zeca se assustou quando pediram para que ele cortasse o cordão... fomos convidados a conhecer a bolsa com a placenta dentro e ganhamos uma aula sobre as minhas entranhas. e quando vi estava ganhando uns pontos com uma anestesia local que não fez efeito. senti cada ponto... mas depois daquela dor toda, aquilo ali era fichinha. não, não foi feita a episio, mas precisei de alguns pontos, não sei quantos. quando a médica terminou, finalmente levaram o bebê para ser medido, pesado e ganhar uma injeção de vitamina k, e a enfermeira me limpou com panos úmidos. conto isso, porque sempre me perguntei sobre esses detalhes que ninguém conta.
na sala de recuperação já recebi meu pacotinho de volta, ele foi ali zás-trás com o pai e voltou. tive que ficar 1 hora em observação por causa da analgesia, mas o miúdo já achou o peito. depois dessa hora zeca foi atrás do tito que foi ganhar a honra de ser o primeiro a ver o irmão. com todos no casamento, ele já iria dormir na casa da tia, os planos foram mantidos, mas ela antes levou ele lá para dar uma espiada no pequeno. fiquei um tempão sozinha entre zeca subir e nós (owmmm) subirmos, pois eu fiquei esperando uma enfermeira do berçário descer para me escoltar até o quarto. mas ainda no corredor já avistei o titão, meu prematurinho tão grande, que veio correndo ver o bebê que estava embaixo do lençol do meu lado.
no quarto (que agora eu conseguia enxergar, sem dor e com a minha recompensa do lado) tito já sentou para receber o irmãozinho. segurou, fez carinho, pediu para dormir ali "porque não queria sair de perto do irmão nunca mais", mas sozinho reavaliou e quis ir com a tia e voltar no dia seguinte. e foram, e eu fiquei um tempão sozinha com o bebê novamente porque zeca saiu para comer e buscar umas coisas que esquecemos em casa. foi bom e foi ruim, foi surreal estar acompanhada por alguém que eu nunca tinha visto, meu alguém, e não poder compartilhar aquele momento com ninguém... mas lá pras tantas zeca voltou.
e mais surpresas: a enfermeira 'mandou' eu tomar um banho: - posso? "claro, vida normal". - normal igual ao parto normal, que de normal não tem nada? "kkkkkkkk"
"você autoriza dar banho no bebê?"- NÃO! (li em algum lugar que não é legal dar banho no bebê logo porque ele tem aquela gosminha que nutre a pele dele)
"você quer trocar a roupinha dele?": - não precisa, ele parece tão confortável. "mas é melhor, porque como ele nasceu com baixo peso, precisaremos fazer teste de glicemia a cada 2 horas." e a decisão foi acertada porque a roupinha que colocaram ao nascer parece uma camisa de força em forma de saco, e toda vez teriam que deixá-lo pelado para fazer o exame.
e assim se encerrou o dia do parto! e começou a primeira noite com o bebê que dormiu lindamente, já eu quicava na cama... é muita adrenalina, é muito insano, é muito surreal, é MUITO! muito tudo... intenso!
dizia que estava preparada, mas não estava.
queria parto normal, mas tava morrendo de medo.
e assim foi até o fim, começo.
na quarta-feira tivemos pré-natal. estava sentido um leve incomodo mais "embaixo", mas ao examinar o bb ainda estava "alto", dilatação 0, deveria chegar lá para o final do mês, liberadíssimos para ir ao casamento na sexta-feira.
mas apesar de tudo estava bem, me sentindo super bem, acho que melhor que todo o resto da gravidez.
na quinta-feira pedi um abono para o dia seguinte para 'acabar' (ãrrã) de resolver os preparativos para o nascimento do bebê. na massagem pedi para tiana caprichar na perna porque afinal de contas já estava nascendo e não havia necessidade de tanta cautela. em seguida, nos encontramos com a noiva. eu disse estar sentindo umas pontadas, mas estaria no casamento, "nem que seja para fazer minha última refeição". a mãe da noiva constatou que no dia seguinte teria mudança de lua, mas eu só tinha checado as mudanças mais para o final do mês. fui dormir com um leve cólica.
na sexta-feira acordei as 5 e pouco com uma cólica intestinal, as 6 e pouco constatei que a cólica ia e vinha. comecei a contar os intervalos que variavam de 10 a 16 minutos. irregular, pensei eu. alguma coisa acontecendo, mas sem botar fé... liguei para médica, que pediu que eu fosse ao consultório. tomei café e banho caprichado, calmamente, acho que por volta das 10 e pouco.
na consulta ela me examinou e constatou dilatação 2 cm e colo 'esvaecido', seja lá o que isso significava, a ficha foi caindo. parei de falar quando tive outra cólica e a barriga endureceu, "contração mesmo, ainda mais quando para de falar na hora", disse ela rindo! "de hoje não passa."
como eu estava aguentando bem, pedi para resolver coisas na rua, arrumar mala e coisas assim. tinha um pouco de medo de ficar horas e horas em trabalho de parto num quarto de hospital. ela liberou, mas com um ar desconfiado. isso já era umas 11h e pouco da manhã.
fui pra rua comprar a fantasia do tito para a desfile da colônia de férias. as contrações pioraram e decidi ir para casa almoçar, arrumar a minha mala (a do bb tava pronta) e relaxar, ver um pouco de tv, etc.
em casa fiz quase tudo isso... a casa encheu, titio, titia, sobrinhos. mandei tito para colônia de férias sem muito alarde e comecei a arrumar a mala... e as contrações aumentando. voltei a calcular o intervalo e de repente ficaram tão pouco espaçadas que não conseguia mais contar. mala pronta, sem vontade de almoçar e todo mundo dentro do meu quarto querendo dar um força. crianças entravam e saiam meio assustadas, minha cunhada fazia silêncio a cada dor, minha mãe brincava com a pequena para distrai-la, meu irmão falava sobre assuntos diversos para tentar mudar meu foco, meu pai ia e vinha querendo saber da evolução do processo, e a faxineira olhava para mim e dizia: tá doendo né!
nesse cenário percebi que: 1. eu não conseguiria almoçar - 2. eu não conseguia mais conversar - 3. achar que ia relaxar e ver tv era uma inocência - 4. a médica tinha ligado para saber de mim mais de uma vez, então ficou claro que devia correr para o hospital.
fomos correndo por volta das 15h, e entre uma contração e outra eu ligava para a médica, mandava recados para família e amigos pelo zap zap avisando que o trabalho de parto havia começado.
no hospital tivemos a brilhante ideia do zeca me deixar na porta e estacionar. desci sozinha e olhei para a ponto que devia chegar, parecia a maior distância que teria que vencer na vida. achei que ia deitar no chão durante a contração, mas cheguei. a atendente perguntou se eu estava em trabalho de parto, e teve a resposta assim que olhei para ela. disse que eu devia ter dado entrada no ambulatório "bla bla bla whiscas sache" e só disquei para dra. e passei o celular para ela. imediatamente ela conseguiu um quarto e uma cadeira de rodas. em algum momento durante a papelada zeca chegou e acabou de resolver. lá fomos nós passear de cadeira de rodas com contração, fechei o olho, tentei respirar e não quebrar a cadeira de rodas, e digo que foi outro caminho longo.
no quarto achei que deveria tirar meu macacão e colocar um vestido, pensando na rotina de ser examinada mais de uma vez, mas o intervalo entre uma contração e outra foi tão pequeno que a troca foi praticamente uma missão impossível. tenho que registrar que no intervalo é como se nada tivesse acontecendo, a dor desaparece sem deixar vestígios, muito louco. no primeiro 'toque' (dilatação 4), que foi junto com uma contração, me fez chorar de dor, já pedi uma analgesia e a minha adorada médica foi uma fofa explicando o que era analgesia e me perguntando se eu realmente a queria! então em menos de 5 minutos tive que trocar de roupa de novo. coloquei a bela camisola do hospital e me mandaram para o centro cirúrgico... sim, o parto normal é feito no centro cirúrgico também. digo isso porque quando zeca avisou que íamos para lá, alguns acharam que tinha evoluído para uma cesárea.
na minha cabeça eu me concentrava em: inspirar como se fosse mergulhar na piscina e expirar como se fosse apagar uma vela (li isso em algum lugar), não gritar para não gastar energia (alguém me deu essa dica, acho que foi a fernanda guimarães), fechava os olhos e segurava firme onde quer que eu estivesse. eu empurrava e puxava com tanta força as alças da cama, que fiquei com medo de quebrá-la e ter que ressarcir o hospital depois. a dor chegou a um nível tão absurdo que quase perdi o controle, mas impressionante foi que quando zeca, ou alguém segurava meu braço ou minha perna dava um conforto enorme e conseguia voltar ao controle da situação.
nesse meio tempo a galera lá de casa estava dividida entre: colônia de férias, salão de beleza, outros em casa esperando notícias, outros no avião vindo para o casamento de logo mais a noite. insisti para que todos fossem ao casamento e continuassem a arrumação para isso, porque como eu queria um parto normal, imaginei que fosse ficar em trabalho de parto no quarto do hospital, e não achava uma boa ideia uma galera olhando para minha pessoa semi-nua morrendo de dor. mas o fato é que nem no quarto ficamos. para amenizar a distância, zeca ficava mandando mensagens em tempo real para minha mãe, mas no fim do dia, descobrimos que inacreditavelmente o celular dela não estava recebendo mensagens a tarde inteira. humpf...
no centro cirúrgico só pensava em quantas contrações ainda teria até o anestesista agir. não conseguia me mexer. estava toda 'embolada' na cama agarrada na alça e foi muito difícil me sentar. o anestesista demorou para conseguir 'acertar' e eu obedecendo todos os comandos de me curvar e não me mexer. quando finalmente ele terminou, disse que eu podia me deitar novamente, mas ainda não conseguia me mexer de tanta dor... que foi passando calmamente até eu conseguir deitar bem relaxada e pensar seriamente em tirar uma soneca. a dor SUMIU!!! isso é provavelmente um dos maiores avanços da ciência, uma medicação banir completamente a dor insana de uma pessoa.
nota 1: naquela hora largava fácil o zeca para casar com o gordinho da anestesia.
nota 2: meu pretendente alertou que o 'acesso' ficaria ali caso evoluísse para uma cesárea, era só aumentar a dose.
nota 3: até esse momento eu tinha certeza que ia rolar algum 'xabú' e a cesárea seria feita. e depois de toda aquela dor, até desejei que isso acontecesse logo, mas não ousei externar essa ideia e nem reclamar da dor em voz alta, só em pensamento, para não dar o braço a torcer.
sem dor (dilatação 6) pedi para dar uma cochilada. "ok, você tem 15 minutos para descansar e depois vamos 'treinar' a força". achei 15 pouco, mas o suficiente para dormir profundamente, delícia. o quarto tava escurinho para o bebê, tava quentinho para o bebê, tava silencioso para o bebê, só eu, zeca e a médica (quando ela saia uma enfermeira ficava no lugar) e o bercinho esperando 'o bochecha' (que era como eu estava o chamando por causa das ecografias que mostravam muita bochecha... e porque ele não tinha nome ainda). para melhorar minha médica trouxe um sonzinho e colocou uma musiquinha. pausa para elogiar todo hospital e equipe: não fiz plano de parto, não exigi nenhuma dessas condições, apesar de ter lido tudo sobre um parto "humanizado ideal", só conversei muito com minha médica sobre querer um parto normal e tirar dúvida sobre tudo que eu lia por aí (episio, humanização, natural, em casa, cordão pulsando, bebê direto no meu colo, analgesia, trabalho de parto) e ela sempre me esclarecia como trabalhava, e sempre me identifiquei com a maneira que colocava as situações e possíveis decisões.
naquele outro momento conseguia olhar em volta, ver onde estava, observar que não tinha cara de 'centro cirúrgico', tinha um quadro com possíveis posições para parir, tinha uma bola e uma cadeira. após me 'ensinar' como poderia fazer a força na cama, me disse que podia fazer como eu quisesse e escolhi ficar ali, estava bem confortável. então veio o pânico por desconfiar que ela estava realmente considerando o parto normal. li tanta coisa por aí, que mesmo confiando nela, achei que ia me 'passar a perna' e fazer uma cesárea. perguntei se o bebê ia nascer com um cucurutu na cabeça, ela disse que não porque não estava encaixado, que a gente precisava estourar a bolsa para ele descer. e assim foi feito: força aprendida, bolsa estourada (dilatação 8), ela sugeriu um pouco de ocitocina para que eu voltasse a sentir a contrações que só eram percebidas agora quando a barriga ficava dura, e era importante eu sentir para fazer força na hora certa. "ok, mas vou sentir aquela dor de novo?" - não. mas senti outra dor... a dor de cólica menstrual elevada a milésima potencia deu lugar a uma dor na lombar (li sobre tudo e tava sentindo falta dela mesmo). achei que era da posição, mas rapidamente identifiquei o sintoma, e junto com a força que estava fazendo entrei na fase de expulsão.
detalhes sórdidos (se não quer saber, pule essa parte) comecei a fazer força com a médica ajudando o bebê a descer com a mão na minha barriga. e foi quando ela pediu licença para atender um telefonema e eu ouvi: "estou com dilatação 9 aqui, mamãe jajá estará em casa, filha", caiu a ficha que definitivamente seria um parto pelas vias normais!
a força era igual a tentar fazer um cocô mega master que precisa sair e não sai, e quando estava tímida com esse pensamento ela sugeriu "imagine que você está num deserto, onde a pessoa mais próxima está a milhares km de distância e você precisa fazer um cocozão!" comando muito acertado porque é muito fácil fazer a força errada, e estava fazendo força na garganta, seja lá como isso for.
mas eu já estava desanimando, achando que não estava adiantando nada, quando ela avistou a cabeça, daí eu me animei, arranquei toda roupa... eu não suo normalmente, mas lembro de voar gotas de suor do meu rosto. eu não gritava, só respirava, mas depois vendo os videos minha respiração eram urros... e eu achei que estava simplesmente respirando e fazendo força...
...e numa ultima força ele nasceu: um bebê minhom desbochechado: "você quer pegar ele? pele a pele?" não sei se respondi que sim ou se estiquei os braços e recebi meu presente lambrecado que só deu 3 gritos de choro até que me viu. ficou me encarando, analisando meu rosto numa atenção surreal por mais de 10 minutos. a pediatra veio até a mim dizer que não ia tirá-lo do meu colo porque era mais importante ele estar ali do que ser medido e pesado (mais palmas para a equipe). a médica mandou eu continuar respirando porque ele ainda estava ligada a placenta. assim eu fiz... e fui me acalmando... zeca se assustou quando pediram para que ele cortasse o cordão... fomos convidados a conhecer a bolsa com a placenta dentro e ganhamos uma aula sobre as minhas entranhas. e quando vi estava ganhando uns pontos com uma anestesia local que não fez efeito. senti cada ponto... mas depois daquela dor toda, aquilo ali era fichinha. não, não foi feita a episio, mas precisei de alguns pontos, não sei quantos. quando a médica terminou, finalmente levaram o bebê para ser medido, pesado e ganhar uma injeção de vitamina k, e a enfermeira me limpou com panos úmidos. conto isso, porque sempre me perguntei sobre esses detalhes que ninguém conta.
na sala de recuperação já recebi meu pacotinho de volta, ele foi ali zás-trás com o pai e voltou. tive que ficar 1 hora em observação por causa da analgesia, mas o miúdo já achou o peito. depois dessa hora zeca foi atrás do tito que foi ganhar a honra de ser o primeiro a ver o irmão. com todos no casamento, ele já iria dormir na casa da tia, os planos foram mantidos, mas ela antes levou ele lá para dar uma espiada no pequeno. fiquei um tempão sozinha entre zeca subir e nós (owmmm) subirmos, pois eu fiquei esperando uma enfermeira do berçário descer para me escoltar até o quarto. mas ainda no corredor já avistei o titão, meu prematurinho tão grande, que veio correndo ver o bebê que estava embaixo do lençol do meu lado.
no quarto (que agora eu conseguia enxergar, sem dor e com a minha recompensa do lado) tito já sentou para receber o irmãozinho. segurou, fez carinho, pediu para dormir ali "porque não queria sair de perto do irmão nunca mais", mas sozinho reavaliou e quis ir com a tia e voltar no dia seguinte. e foram, e eu fiquei um tempão sozinha com o bebê novamente porque zeca saiu para comer e buscar umas coisas que esquecemos em casa. foi bom e foi ruim, foi surreal estar acompanhada por alguém que eu nunca tinha visto, meu alguém, e não poder compartilhar aquele momento com ninguém... mas lá pras tantas zeca voltou.
e mais surpresas: a enfermeira 'mandou' eu tomar um banho: - posso? "claro, vida normal". - normal igual ao parto normal, que de normal não tem nada? "kkkkkkkk"
"você autoriza dar banho no bebê?"- NÃO! (li em algum lugar que não é legal dar banho no bebê logo porque ele tem aquela gosminha que nutre a pele dele)
"você quer trocar a roupinha dele?": - não precisa, ele parece tão confortável. "mas é melhor, porque como ele nasceu com baixo peso, precisaremos fazer teste de glicemia a cada 2 horas." e a decisão foi acertada porque a roupinha que colocaram ao nascer parece uma camisa de força em forma de saco, e toda vez teriam que deixá-lo pelado para fazer o exame.
e assim se encerrou o dia do parto! e começou a primeira noite com o bebê que dormiu lindamente, já eu quicava na cama... é muita adrenalina, é muito insano, é muito surreal, é MUITO! muito tudo... intenso!
terça-feira, 21 de julho de 2015
37 e, cadê o prematuro que tava aqui?
sexta-feira passada, dia 17, completamos 37 semanas de gestação. um super alívio, pois a literatura e a médica dizem que a partir de agora o bb não é mais prematuro.
confesso que tenho me sentindo melhor que nas últimas semanas. mais disposta, com menos incômodos, dormindo melhor (porque 'bem' é impossível), enfim, a pressa para o bb nascer está zero.
temos um tito de férias em casa. o menino é a imagem do tédio, sem nada para fazer e sem nenhuma atividade com esses pais relapsos, que continuam a trabalhar. mas se eu tirasse férias não ia mudar muito a vida dele... estou uma negação em termos de companhia para um menino de 6 anos. o bom que são só 2 semanas. a primeira ficou em casa, e ontem começou uma colônia de férias que nos pareceu bem legal, mas ele hoje já tava de preguiça. até que ligaram da colônia sugerindo dele passar para a turma dos grandes, que inclui mais passeios e ele animou de novo. ufa!!!
o bb da barriga parece que não sai da mesma posição a um tempo. já está na posição para nascer desde a semana passada. estava 'alto', mas acho que baixou desde domingo. estou sentindo que alguma coisa mudou, mas não sei exatamente o que foi. a dra. disse que pelo jeito só virá em agosto mesmo, mas amanhã teremos outro pré-natal e vamos ver o que ela diz.
a casa está se aprumando, o quarto está arrumado, as malas prontas. tudo longe de arrumação de revista como a vovó quer, pois temos um 'titanossauro', um 'troglotito' em casa, e nada fica arrumado da mesma forma por muito tempo. mas está ok, alguns detalhes faltando... se não fosse assim não teria graça!
nossa meta agora é conseguir ir ao casamento da bia na sexta-feira!!! será que vou conseguir usar o vestido de gala de grávida pela 3ª vez? aguardem o próximo post!!!
confesso que tenho me sentindo melhor que nas últimas semanas. mais disposta, com menos incômodos, dormindo melhor (porque 'bem' é impossível), enfim, a pressa para o bb nascer está zero.
temos um tito de férias em casa. o menino é a imagem do tédio, sem nada para fazer e sem nenhuma atividade com esses pais relapsos, que continuam a trabalhar. mas se eu tirasse férias não ia mudar muito a vida dele... estou uma negação em termos de companhia para um menino de 6 anos. o bom que são só 2 semanas. a primeira ficou em casa, e ontem começou uma colônia de férias que nos pareceu bem legal, mas ele hoje já tava de preguiça. até que ligaram da colônia sugerindo dele passar para a turma dos grandes, que inclui mais passeios e ele animou de novo. ufa!!!
o bb da barriga parece que não sai da mesma posição a um tempo. já está na posição para nascer desde a semana passada. estava 'alto', mas acho que baixou desde domingo. estou sentindo que alguma coisa mudou, mas não sei exatamente o que foi. a dra. disse que pelo jeito só virá em agosto mesmo, mas amanhã teremos outro pré-natal e vamos ver o que ela diz.
a casa está se aprumando, o quarto está arrumado, as malas prontas. tudo longe de arrumação de revista como a vovó quer, pois temos um 'titanossauro', um 'troglotito' em casa, e nada fica arrumado da mesma forma por muito tempo. mas está ok, alguns detalhes faltando... se não fosse assim não teria graça!
nossa meta agora é conseguir ir ao casamento da bia na sexta-feira!!! será que vou conseguir usar o vestido de gala de grávida pela 3ª vez? aguardem o próximo post!!!
sexta-feira, 10 de julho de 2015
36 semanas, o sexo e o nome
chegamos às 36 semanas! mais uma e nosso 'bb sem nome' não será mais um prematuro caso se apresse igual ao irmão. mas com sorte não terei dois meninos apressados.
falando em meninOs... nosso sonho sempre foi ter duas meninAs! a descoberta do tito foi impactante, e facilmente aceitável, mas dessa vez, como pensava em ter só dois bebês, não aceitei facilmente abrir mão de uma menina em casa.
não foi fácil, fiquei bem decepcionada mas sem poder admitir que estava, pois as pessoas não te deixam curtir essa fossa e acham que o bb vai sentir, e você é uma pessoa sem coração!
já eu, nenhum problema em ficar frustrada, porque tinha certeza (sem saber exatamente como isso ia acontecer) que a frustração em algum momento ia passar.
é claro que passou. e quem me ajudou mais foi tito que, ao saber que seu irmão era 'ão', ficou tão radiante de felicidade que eu não podia ter dúvida que era para ser diferente.
hoje estou bem contente com minha 'macharada' em casa. e pensando em mudar meus planos de ter só dois filhos kkk, mas como isso não depende só de mim, é assunto para o futuro!
e... filho 'número 2', se algum dia ler isso aqui, não fique chateado, te amo "até a lua, ida e volta".
com tudo isso, não tínhamos nome para meninos. para sair tito foi igual a tirar leite de pedra. e como ele nasceu prematuro ficou sem nome alguns dias. escolhi meio na pressão, tanto que depois mudamos o sobrenome, mas o nome é simplesmente perfeito para ele.
dessa vez não está diferente! para meninas uma lista grande, para meninos, uns dois ou três nomes que concordamos, mas nenhuma firmeza de que um será o nome do meu novo pequeno. mas quem sabe bateremos o martelo durante essa semana, para que a vovó consiga confeccionar o enfeite da porta da maternidade!!!
falando em meninOs... nosso sonho sempre foi ter duas meninAs! a descoberta do tito foi impactante, e facilmente aceitável, mas dessa vez, como pensava em ter só dois bebês, não aceitei facilmente abrir mão de uma menina em casa.
não foi fácil, fiquei bem decepcionada mas sem poder admitir que estava, pois as pessoas não te deixam curtir essa fossa e acham que o bb vai sentir, e você é uma pessoa sem coração!
já eu, nenhum problema em ficar frustrada, porque tinha certeza (sem saber exatamente como isso ia acontecer) que a frustração em algum momento ia passar.
é claro que passou. e quem me ajudou mais foi tito que, ao saber que seu irmão era 'ão', ficou tão radiante de felicidade que eu não podia ter dúvida que era para ser diferente.
hoje estou bem contente com minha 'macharada' em casa. e pensando em mudar meus planos de ter só dois filhos kkk, mas como isso não depende só de mim, é assunto para o futuro!
e... filho 'número 2', se algum dia ler isso aqui, não fique chateado, te amo "até a lua, ida e volta".
com tudo isso, não tínhamos nome para meninos. para sair tito foi igual a tirar leite de pedra. e como ele nasceu prematuro ficou sem nome alguns dias. escolhi meio na pressão, tanto que depois mudamos o sobrenome, mas o nome é simplesmente perfeito para ele.
dessa vez não está diferente! para meninas uma lista grande, para meninos, uns dois ou três nomes que concordamos, mas nenhuma firmeza de que um será o nome do meu novo pequeno. mas quem sabe bateremos o martelo durante essa semana, para que a vovó consiga confeccionar o enfeite da porta da maternidade!!!
quarta-feira, 8 de julho de 2015
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